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Coronel diz ter recebido e repassado ao superior carta que pressionava Exército por golpe

Um dos réus do Núcleo 3, Fabrício Moreira de Bastos foi interrogado pelo STF nesta segunda-feira (28)

Brasília|Rute Moraes, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • O coronel Fabrício Moreira de Bastos confirmou a existência de uma carta que pressionava o Exército por um golpe.
  • Ele repassou o documento ao Coronel De La Vega, seu superior no Centro de Inteligência do Exército, conforme determinação dele.
  • A carta, elaborada por oficiais, buscava angariar apoio para a tentativa de golpe após as eleições de 2022, mas foi criticada por Bastos como um "desabafo mal escrito".
  • O Exército puniu os envolvidos na elaboração e divulgação da carta e realizou uma sindicância sobre o caso.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Coronel explicou que a ideia era 'dissuadir' os militares autores da carta de publicá-la Reprodução

O coronel do Exército Fabrício Moreira de Bastos confirmou, nesta segunda-feira (28), a existência da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” e disse que repassou o documento ao seu superior no CIE (Centro de Inteligência do Exército), Coronel De La Vega, por determinação do próprio superior.

“Então, ele (De La Vega) pediu que, assim que nós tivéssemos contato com esse documento, encaminhássemos para ele. Eu não participava do grupo do WhatsApp ‘Aman 97’. Eu sabia que o (coronel) Correia Neto participava e pedi a ele que, assim que tivesse contato com o documento, também me encaminhasse para que eu mandasse ao general De La Vega. E isso aconteceu”, relatou Bastos em interrogatório ao STF (Supremo Tribunal Federal).


Bastos é um dos réus do Núcleo 3 da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele foi interrogado nesta segunda pelo juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, Rafael Henrique.

Conforme Bastos, seu superior sabia que a “turma de 1997″ estava preparando o documento e que, por isso, pediu que ele lhe encaminhasse a carta.


Pressão

De acordo com a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), a carta seria uma forma de pressionar o alto comando do Exército a aderir à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Na peça elaborada pela PGR, é possível notar mensagens de Bastos encaminhando a carta a outros militares das forças especiais, o que seria uma tentativa de angariar apoio à ação.


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Bastos disse que entregou uma cópia do documento a De La Vega, incluindo uma lista de quem tinha assinado a carta.

Ele explicou que a ideia era “dissuadir” os militares autores da carta de publicá-la, além de desestimular mais assinaturas. Bastos também criticou o documento, alegando que era “muito mal escrito”.


“Servia como um desabafo, frases soltas e não acrescentava nada. Pode ser entendido como um desabafo pelos oficiais. Uma carta escrita por quatro coronéis era impossível pressionar o alto comando do Exército. É de uma inocência dos coronéis acharem que, fazendo o manifesto e com adesão, eles teriam o condão de pressionar 16 comandos do Exército. É uma inocência franciscana”, prosseguiu.

O coronel também disse que o Exército fez uma sindicância e puniu quem assinou e divulgou o arquivo.

Ele ainda negou que a carta tenha sido discutida ou modificada durante uma reunião entre kids pretos em 28 de novembro de 2022, em Brasília. Ao STF, Correia Neto disse que a reunião foi apenas um “encontro entre amigos”.

Entenda

Segundo a PGR, os tenentes-coroneis Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Sérgio Cavaliere, réus no processo sobre o golpe, teriam participado da elaboração da carta, que foi vazada por meio do comentarista televisivo Paulo Figueiredo.

A ideia da divulgação, conforme a PGR, era “inserir os comandantes resistentes ao golpe em uma máquina de amplificação de ataques pessoais e aumentar a adesão ao documento produzido”.

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